Nos sonhos que te dedico
Existem trovões, que são
Suspiros de voz calada
Se te sonho, apenas fico
A suspirar de paixão
E com a mente parada
Procuro ver-te, sem ver
Que o medo de te perder
É um sufoco medonho
Imagino que sem ti
Sou poema sem Ary
Sou verso que não componho
Nos meus sonhos tão diversos
Ordenados ou dispersos
Mas com rumo anunciado
Andam palavras de fogo
Fazendo da vida um jogo
De virtude e de pecado
E sempre que a nossa voz
Sente o desespero atroz
Duma profunda saudade
O fado tem o condão
De trazer ao coração
A luz da felicidade