Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.

Alma despida

Não sou, nem quero ser o que a saudade faz de mim
Não dou, nem posso dar o que não tenho aqui à mão
Não vou, nem quero estar onde não quero e sendo assim
Sei bem tudo o que sou e donde venho em ascensão

Não quero ter comigo a ilusão que faz doer
Da rima mais perfeita com poesia ao Deus-dará
Sequer quero queimar o coração que quer viver
Com versos onde a alma é sempre fria, triste e má

Não vejo para lá do horizonte
Porque me sinto aquém dessa janela
Não bebo água pura nessa fonte
Que mais parece um sol em aguarela

E por querer viver toda algemada ao fado meu
Elevo a voz que tenho até ao céu.

Escrito para a guitarrada *Um conto de fado* de André Teixeira