Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.

Viagem poética

Por cada mar navegado 
Entre muitas tempestades
Há sempre versos dum fado 
Cheio de muitas saudades

Por cada palavra dita 
À luz da voz revoltada
Há sempre um “Ary” que grita
Os versos da “Desfolhada”

Por cada “Cântico Negro” 
Dum “Régio” de pedra e cal
Há sempre o “Desassossego” 
Dum “Pessoa” intemporal

Por cada céu descoberto 
Nas viagens tenebrosas
Há sempre um destino incerto 
Que decerto não tem rosas

Por cada verso de “O´Neill” 
Rimando qualquer “Gaivota”
Há sempre manhãs de abril 
Numa esperança remota

Por cada nuvem tocada 
Pelos dedos da coragem
Há uma nau ancorada 
Quase a partir em viagem

Por cada voz que reage 
Aos versos que tem o fado
Há sonetos de “Bocage” 
Nas margens de qualquer “Sado”

Por cada fogo que arde 
Na cidade do “Ary”
Há uma “Estrela da tarde” 
Com mais brilho que um rubi

Por cada cidade ou serra 
Dum “Eça” certo e mordaz
Há sempre o centro da terra 
No mundo do... tanto faz

Por cada mosca poisando
Em cima de qualquer queixo
Há sempre quem vá cantando 
As verdades do “Aleixo”

Por cada nada, onde o tudo 
Nada tem que seja seu
Há um hino surdo-mudo 
Que o mundo nunca entendeu