Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.

Siso, juízo e fado

Sou do tempo em que a verdade
Sem maldade / e em liberdade
Era lei que se cumpria
E quando perco o juízo
Preciso / de ser conciso
Para encontrar novo guia

Sou do tempo em que na rua
Que era só tua / e da lua
Havia espaço em redor
Espaço desocupado
Destinado / a ser do fado
Que fazia a lei maior

Sou também do tempo triste
Que persiste / e até insiste
Na memória que lhe dão
Só não sou daquele tempo
Cinzento / em que a voz do vento
Regelava o coração

Sou do tempo donde venho
E mantenho / com empenho
A cor da minha raiz
Raíz que sendo modesta
Faz da festa / que me resta
Um tempo pra ser feliz