A madrugada não tem
O brilho que tem o dia
Nem tem o sol p'ra beijar
No entanto, quando vem
Traz-me clarões de poesia
Sob a luz crepuscular
Chega sempre à mesma hora
Envolvida no mistério
Que alguém jamais decifrou
Pouco tempo se demora
Porque mantém o critério
Que a natureza ditou
Aproveito a sua luz
Para rimar o silêncio
Que faz lei quando ela vem
Foi por ela que compus
Poemas a que pertenço
E que não dou a ninguém