Hoje sou folha caída, abandonada
O velho outono desfez um amor perfeito
E colocou no meu peito, mais madrugada
Murcharam sonhos, murchou também o amor
E hoje sou uma flor ao abandono
Murcharam beijos da mais rara singeleza
E hoje grito com tristeza, chegou o outono
Já não tenho
A noção do meu tamanho
E já nem sei donde venho
Nem onde vou
Já nem sei
Já nem sei
Qual a voz com que me dei
Porque o fado que cantei
Porque o fado que cantei
Ninguém escutou;
No entanto
No entanto
Eu quero que este canto
Afaste de mim o pranto
Afaste de mim o pranto
Que me faz dor
Quero ter o calor natural
Do outono real
Quero ter o calor natural
Do outono real
Deste grande amor
Não sei sequer, qual a cor do amanhecer
Pois não sei reconhecer o meu luar
Nem sequer sei, porque caminhos andei
Quando em vão te procurei, sem te encontrar
Talvez um dia, haja um verão de magia
Que traga a tal fantasia, que eu sempre quis
Talvez a vida, tenha a hora prometida
P’ra que minh'alma ferida, seja feliz
Não sei sequer, qual a cor do amanhecer
Pois não sei reconhecer o meu luar
Nem sequer sei, porque caminhos andei
Quando em vão te procurei, sem te encontrar
Talvez um dia, haja um verão de magia
Que traga a tal fantasia, que eu sempre quis
Talvez a vida, tenha a hora prometida
P’ra que minh'alma ferida, seja feliz