Nunca te falei d’amor / Nem de sonhos, nem de luz
Nem te mostrei o sabor / Que o meu poema traduz;
Confesso que não supuz / Que pudesses entender
Este meu jeito de ser / Um trovador sonhador
Com medo de te perder
Nunca te falei d´amor
Falei-te da primavera / Leito de rosas mimosas
Tão belas e tão formosas / Que toda a gente as venera;
Andei um tempo à espera / Dum sintoma d’amizade
Para ter a liberdade / De te dar sonhos de cor
Mas p’ra minha infelicidade
Nunca te falei d’amor
Falei-te dum olhar doce / Pelo qual me apaixonei
E fosse lá p’lo que fosse / Pouco mais te confessei;
Decerto não encontrei / A coragem desmedida
De te prometer a vida / Em troca duma flor
Peço desculpa querida
Nunca te falei d´amor