Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.

A morte do rouxinol

O dia não me trouxe o brilho acostumado
Chegou até mais frio e muito mais cinzento
Fosse lá plo que fosse apareceu mudado
Quase em forma d'estio ao som triste do vento

Cruzou-se com a lua e nem sequer a viu
Ou talvez não quisesse o calor dum acoite
Depois ficou na rua e de lá não saíu
Sem que a tarde viesse anunciar a noite

À hora do costume abalou simplesmente
Deixando em seu lugar a certeza real
Que o seu calor de lume escaldante e ardente
Decerto ia voltar à hora habitual

Depois vim a saber porque razão o sol
Não tinha a mesma cor nem tinha o mesmo brilho
É que ele viu morrer um lindo rouxinol
Que por falta de amor tinha perdido o trilho