Com olhos marejados e a face bem cingida
Um vulto olhava o céu e a sua cor cinzenta
Relembrando pecados e tristezas da vida
Vida que só lhe deu Outonos de tormenta
Primeiro contratempo; o adeus prematuro
De seu saudoso pai, o seu maior herói
Depois desse momento aflitivo e duro
Sua bondosa mãe, também pró céu se foi
Tentou continuar a sina que o marcou
Mas tudo correu mal, e para mal maior
Depois de dedicar a vida a quem amou
Percebeu afinal, que não havia amor
Triste, desiludido e co'a alma ferida
Algemou os sentidos ao desespero atroz
Hoje, vulto perdido, anda assim pela vida
Em busca do tal mar que lhe dê nova foz