Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.

Horas a destempo

Batem as horas no relógio do amor
E assim a minha dor... corre a preceito
Batem as horas no relógio da saudade
E o amor em tempestade... tem outro peito

Peito que sente a falta que tu me fazes
O fogo que me não trazes... arrefeceu
E nesse frio que me gela e me regela
O amor é uma estrela... que não tem céu

Batem horas e
 bate o meu coração
Quando na voz da paixão há outro fado
Batem as horas e se o dia se faz noite
A lua busca um acoite do seu agrado
Batem horas n
o relógio da razão
Se o sopro da emoção é bem maior
Batem horas por ti e por mim
A marcar o fim deste nosso amor


Batem as horas no relógio da tristeza
Sempre que minh'alma reza... sagrada prece
Prece tão triste dum amor que em mim persiste
Que resiste e não desiste... nem esmorece

Batem as horas, mas batem descompassadas
Buscando desesperadas... noticias tuas
O desespero tomou conta deste fado
Porque tu, meu bem amado... tens novas luas

Escrito para a música do Fado Alcântara de Raúl Ferrão