Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.

Lobo solitário

Vesti a pele dum lobo solitário
Que vive num profundo afastamento
Vesti também um sonho imaginário
E assim atenuei o sofrimento

Sou fera que não desce ao povoado
Com medo da maldade que lhe dão
Um lobo nem perdido nem achado
Na fúria desta selva em depressão

Apenas sou faminto por castigo
Na selva do poder em abundância
Longe do povoado é que consigo
Viver a sensatez da ignorância

Entre ser um cordeiro bem mandado
Ao serviço de quem faz meu calvário
Prefiro ser o lobo solitário
Que desce quando quer ao povoado