Numa viela, uma mulher semi-perdida
E a crueldade a espreitar pelo postigo
Numa janela aberta ao sonho duma vida
Uma verdade que não passa dum castigo
Um fado triste repetido tanta vez
Com melodias que são lágrimas fatais
Quadro que existe neste canto português
Almas sombrias com histórias bem reais
Sonhos perdidos na penumbra da cidade
Aonde há cantos que ninguém quer visitar
Fados sofridos com as rimas da saudade
Secretos mantos a esconder tanto penar
Assim se morre e assim se vive sem querer
Nesta rotina que não tem ponto final
O tempo corre sem nos dar a perceber
A triste sina de quem nasce desigual