Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.

Margens de conforto

As margens do velho rio 
Que se passeia no Porto
São margens de bom conforto 
Pelo conforto sadio;
Que mesmo à chuva e ao frio 
Com nevoeiro cerrado
Me fazem sentir honrado 
E também muito feliz;
Por sentir o meu país
Nos versos de qualquer fado

As margens são as janelas 
Donde se vê o futuro
Do jeito mais terno e puro 
Comparável às estrelas;
O meu coração, ao vê-las 
Aperta-se tanto tanto
Que não sustém o espanto 
E nem sustém a vontade;
De partir em liberdade
P’lo rio do meu encanto

Margens dum rio leal 
Aos sonhos de rubra cor
Leito feliz dum amor 
Perfeito e intemporal;
Um rio que, por sinal 
Tem história, tem passado
E tem em si, bem guardado 
Um valioso tesouro;
Que transforma o Rio Douro
Num berço d’amor e fado