Já quase não há poetas
De guardanapo na mesa
Com suas velhas canetas
A deslizar com leveza
Hoje, os poemas de fado
São as figuras d’estilo
Onde um verso mutilado
Quer dizer *isto* ou *aquilo*
Rima sim e rima não
Com versos de mau rigor
Em poemas que não são
Suspiros de trovador
Tudo é mais informal
Tudo é premeditado
Mas mesmo assim, virtual
Nosso fado é sempre fado