Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.

Banalidade

Se estou em solidão, sinto-me bem
Se estou em multidão, sinto-me só
Meu corpo que deseja ser alguém
É matéria que mais tarde será pó

Meu dia, nada vale, nada tem
A não ser o bater do coração
Perdido nesta terra de ninguém
Procuro o tal caminho da razão

Por vezes, nem consigo olhar p’ra trás
Com medo de perder o rumo certo
Confesso que nem sei se sou capaz
De conter o vendaval do meu deserto

E mesmo sem saber aonde estou
Cultivo a minha força de viver
Só não sei muito bem p’ra onde vou
No dia, em que o meu tempo escurecer