Sempre que saio de casa
E vou beber uns canecos
A ela faz-lhe impressão
Eu chegar com grão na asa
A ela faz-lhe impressão
Eu chegar com grão na asa
E dar cabo dos tarecos
Chego a casa p’la noitinha
Dou cambalhotas na escada
Chego a casa p’la noitinha
Dou cambalhotas na escada
Co’a tola no portão
Ela com ar de santinha
Diz-me p’ra não partir nada
Ela com ar de santinha
Diz-me p’ra não partir nada
E p’ra nem cuspir para o chão
Então, para chatear
Faço-me de surdo-mudo
Então, para chatear
Faço-me de surdo-mudo
P’ra não ouvir os sermões
E como vejo a dobrar
Lá começo a partir tudo
E como vejo a dobrar
Lá começo a partir tudo
P’ra evitar repetições
A soco, parto a mobília
Os pratos e as tigelas
Que a mamã dela lhe deu
Parto as fotos da família
E só não parto as panelas
Parto as fotos da família
E só não parto as panelas
Que são mais duras que eu
Parto mesas e cadeiras
Parto copos e canecas
Parto mesas e cadeiras
Parto copos e canecas
Garrafas e garrafões
Vão tachos, vão frigideiras
Quando perco as estribeiras
Vão tachos, vão frigideiras
Quando perco as estribeiras
Viro tudo aos trambolhões
Parto os serviços de mesa
Parto os jarros da cozinha
Parto os serviços de mesa
Parto os jarros da cozinha
Parto os vidros da janela
Parto-lhe a loiça chinesa
Parto os vasos da vizinha
Parto-lhe a loiça chinesa
Parto os vasos da vizinha
E parto-lhe a tromba a ela
Depois de tudo escacado
Ponho-me a rir e a chorar
Depois de tudo escacado
Ponho-me a rir e a chorar
Sem tarecos, nem vintém
Porém, fico consolado
Porque ela p’ra se vingar
Porém, fico consolado
Porque ela p’ra se vingar
Parte... p’ra casa da mãe