Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.

Cinzento e vazio

Não há verso que me traga 
Notícias do teu amor
Não há poema que rime 
Saudade, com dôr violenta
Quando uma paixão naufraga 
No infortúnio da dôr
O sonho não se redime
Não se vê, nem se aguenta

Não há cidades desertas 
Na alma do meu país
Não há ruas percorridas 
Na alma duma cidade
Também não há horas certas 
Para o mundo ser feliz
Nem há horas prometidas 
No relógio da saudade

Tudo é ciúme
Tudo é cinzento vazio
Tudo tem força dum vento
Que nada de bom nos traz
Tudo é queixume
Tudo é leito dum rio
Onde a água do lamento
São lágrimas que me dás