Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.

Soneto à margem da vida

Além no horizonte empobrecido
As vidas têm pouco mais que nada
O sol quase não faz algum sentido
E o dia é quase sempre madrugada

As mães passam o tempo em orações
Os pais já sequer sabem suplicar
Talvez porque em seus pobres corações
A fé não tenha espaço pra morar

O vento traz, em forma de perigo
A força da tragédia acentuada
Que espreita ferozmente a qualquer hora

É tão imensa a dor, que não consigo
Imaginar a vida, quando nada
Tem mais valor que a alma que não chora