Pertence ao povo esta cultura popular
Dom generoso que a vida lhe concedeu
De nada valem os castelos que no ar
Nem sequer chegam a tocar nuvens de céu
Pertence ao povo esta cultura de Pessoa
Bem diferente da cultura mais bairrista
Pertence ao povo o belo quadro de Malhoa
Seguramente o verso a óleo mais fadista
Pertence ao povo a voz castiça da peixeira
Que no mercado ganha rugas de cansaço
Pertence ao povo o pregão da vendedeira
Que vai lutando pra manter o seu espaço
Pertence ao povo esta canção original
Misto de luz, escuridão e melodia
Oração forte de valor intemporal
Fado paixão sempre vestido de poesia