Nada tendo, quero tudo
Porque tendo, quero dar;
P’lo bem, a alma desnudo
Para que meu grito mudo
Se possa pronunciar
Qual grito sempre fechado
No silêncio que dá medo;
Grito que sendo escutado
Mais parece um condenado
Ao sufoco do degredo
Tenta, sempre, livremente
Impor a razão que tem;
Lei do coração que sente
A coragem permanente
Que não se vende a ninguém
Não se vende nem aceita
Que alguém o queira comprar;
Grito mudo que rejeita
A melodia imperfeita
Do som que lhe querem dar