Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.

Nada sou por nada ter

Nada sou por nada ter 
Mas sei que tenho razão
Nada tenho por não ser
Aquilo que alguns são

Sou verdade nua e crua 
Sou razão de pensamento
Sou barco que não flutua 
À força de qualquer vento

Sou solidão demarcada 
P'la injustiça da dor
Sou raiz abandonada 
Na terra fria do amor

Sou vida fora da lei 
Que não tem lei como guia
Sou bobo triste do rei 
Num mundo de fantasia

Sou o que quero e não quero 
Ser diferente, só por ser
Sou fé e na fé espero 
Algo ser, sem nada ter