Nos confins da tristeza amargurada
Buscando um vão de escada num portal
Anda uma alma, outrora idolatrada
A quem nunca faltou, nem pão, nem sal
Porém, o sopro forte da desgraça
Instalou-se no coração do vento
Vergando aquela já pobre carcaça
Marcada e torturada pelo tempo
E como quem implora clemência
Mantém ainda um pouco da decência
Que veste a sua alma semi-nua
Aquela alma, outrora idolatrada
Vai decerto morrer num vão de escada
Aos olhos doutra alma igual à sua