Na minha mente cansada
Há palavras que só digo
Quando me sinto infeliz
Palavras de tudo e nada
Que são o maior castigo
Da boca que nada diz
São palavras tão normais
Que sendo setas de medo
São também lições d’amor
Palavras intemporais
Nascidas no meu degredo
Guardadas na minha dor
Palavras que qualquer dia
Vão sair dentro de mim
Para morar num poema
Talvez por rara magia
Meu degredo tenha fim
E o amor seja tema
Até lá ficam comigo
Mesmo que não haja espaço
Na alma que me conforta
Não quero correr o perigo
De cair no falso abraço
Duma paixão quase morta