As fraquezas naturais
Provocadas p'lo amor
Mesmo que sejam demais
Fazem bem à própria dor
Fazem bem porque, ao de leve
Sem que a alma se apoquente
São vento que sopra breve
No coração de quem sente
Parece até que ao soprar
Docemente em melodia
O vento tenta mostrar
A força da poesia
Sendo assim, qualquer fraqueza
Que saiba ser o que é
É o sonho, concerteza
A manter o amor de pé
Ofertas do tempo
O tempo que me ofertou
O direito a respirar
Nunca nunca me negou
O direito de sonhar
Quando nasci, algemado
A normas que alguém criou
Entendi o triste fado
Em que o amor me gerou;
Foi assim que se moldou
A alma que tenho em mim
E me levará ao fim
Sem deixar de sublinhar
O tempo que me ofertou
O direito a respirar
Sonhando fui construindo
Castelos de amor e fado
E do meu amor infindo
Nasceu um fado encantado;
Logo após realizado
O sonho de ser alguém
O tempo, por mal ou bem
Por muita sorte ou azar
Nunca nunca me negou
O direito de sonhar
O direito a respirar
Nunca nunca me negou
O direito de sonhar
Quando nasci, algemado
A normas que alguém criou
Entendi o triste fado
Em que o amor me gerou;
Foi assim que se moldou
A alma que tenho em mim
E me levará ao fim
Sem deixar de sublinhar
O tempo que me ofertou
O direito a respirar
Sonhando fui construindo
Castelos de amor e fado
E do meu amor infindo
Nasceu um fado encantado;
Logo após realizado
O sonho de ser alguém
O tempo, por mal ou bem
Por muita sorte ou azar
Nunca nunca me negou
O direito de sonhar
Madrugada silenciosa
Com o olhar sempre aberto
Com o coração desperto
E com a alma em pressão
Vagueio p'la casa toda
Porque tudo m'incomoda
Só o silêncio é que não
Vou de passo demarcado
Dum lado p'ra outro lado
No meu espaço possível
Descubro então que a saudade
Também tem necessidade
De se tornar invisível
Vejo as paredes e sinto
Que vivo num labirinto
Desconhecendo a saída
As paredes me parecem
Montanhas que não conhecem
Todas as cores da vida
Com o coração desperto
E com a alma em pressão
Vagueio p'la casa toda
Porque tudo m'incomoda
Só o silêncio é que não
Vou de passo demarcado
Dum lado p'ra outro lado
No meu espaço possível
Descubro então que a saudade
Também tem necessidade
De se tornar invisível
Vejo as paredes e sinto
Que vivo num labirinto
Desconhecendo a saída
As paredes me parecem
Montanhas que não conhecem
Todas as cores da vida
Libertação e fado
Libertei-me
Da algema que me prendia
Do medo que me impedia
De levar meu sonho além
De peito aberto
P'la força que em mim pulsava
Disse ao fado que o amava
E o fado sentiu-se bem
Sentiu-se bem
E abriu nesse momento
As portas ao meu talento
Pequeno, mas muito meu
Ficou comigo
Para não mais me deixar
E sentir-me partilhar
O dom que a vida me deu
Meu fado amigo
Meu porta-voz preferido
Tudo tem outro sentido
Quando me bailas na voz
Meu fado amigo
Mensageiro natural
Dum coração, que afinal
Da algema que me prendia
Do medo que me impedia
De levar meu sonho além
De peito aberto
P'la força que em mim pulsava
Disse ao fado que o amava
E o fado sentiu-se bem
Sentiu-se bem
E abriu nesse momento
As portas ao meu talento
Pequeno, mas muito meu
Ficou comigo
Para não mais me deixar
E sentir-me partilhar
O dom que a vida me deu
Meu fado amigo
Meu porta-voz preferido
Tudo tem outro sentido
Quando me bailas na voz
Meu fado amigo
Mensageiro natural
Dum coração, que afinal
Se bate, bate por nós
Existem dias assim....
Nos dias que odeio a vida
Sou ave meio perdida
Sem ter sequer um espaço
Onde gritar o cansaço;
Que magoa e enfraquece
O tempo que me acontece
Nos dias que odeio a vida
Sou sombra meio escondida
Que se mistura no tempo
Em que tudo é desalento;
Buscando a cor ideal
Dum amor intemporal
Nos dias que odeio a vida
Sou rima meio esbatida
Que não cabe num poema
Nem tem a força suprema;
Dum soneto arrasador
Onde o tema é o amor
Nos dias que odeio a vida
Sou também a dor sentida
Marcada no adeus profundo
De quem partiu deste mundo;
Deixando a dor da saudade
Ensombrando a felicidade
Sou ave meio perdida
Sem ter sequer um espaço
Onde gritar o cansaço;
Que magoa e enfraquece
O tempo que me acontece
Nos dias que odeio a vida
Sou sombra meio escondida
Que se mistura no tempo
Em que tudo é desalento;
Buscando a cor ideal
Dum amor intemporal
Nos dias que odeio a vida
Sou rima meio esbatida
Que não cabe num poema
Nem tem a força suprema;
Dum soneto arrasador
Onde o tema é o amor
Nos dias que odeio a vida
Sou também a dor sentida
Marcada no adeus profundo
De quem partiu deste mundo;
Deixando a dor da saudade
Ensombrando a felicidade
Incondicional
Tenho de aprender depressa
O sentido da razão
Para que minha cabeça
Mande mais que o coração
Por me sentir totalmente
Dependente do amor
Dou sempre maior valor
Aos sopros que o peito sente
Mas nem sempre tenho o dom
De gerir o sentimento
Que me decreta o momento
Em que fervo, qual vulcão
Só quando extinguida a chama
Que me queima em vendaval
Posso ser alguém que ama
Dum jeito incondicional
O sentido da razão
Para que minha cabeça
Mande mais que o coração
Por me sentir totalmente
Dependente do amor
Dou sempre maior valor
Aos sopros que o peito sente
Mas nem sempre tenho o dom
De gerir o sentimento
Que me decreta o momento
Em que fervo, qual vulcão
Só quando extinguida a chama
Que me queima em vendaval
Posso ser alguém que ama
Dum jeito incondicional
Anjo estranho
Anjo do bem e do mal
Primavera e vendaval
Amor forte e desamor
Tenho motivos de sobra
Pra pensar que tua obra
É misto de raiva e dor
P’la manhã és doce brisa
Que docemente desliza
Pelos vitrais da ternura
Porém, quando a noite chega
És fogo que se renega
Quando o amor te procura
Ficas distante
Ficas para lá do tempo
Fechas teu mundo
Ao sufoco da paixão
Amor amante
Meu estranho sentimento
Meu poema moribundo
Nos braços da solidão
Primavera e vendaval
Amor forte e desamor
Tenho motivos de sobra
Pra pensar que tua obra
É misto de raiva e dor
P’la manhã és doce brisa
Que docemente desliza
Pelos vitrais da ternura
Porém, quando a noite chega
És fogo que se renega
Quando o amor te procura
Ficas distante
Ficas para lá do tempo
Fechas teu mundo
Ao sufoco da paixão
Amor amante
Meu estranho sentimento
Meu poema moribundo
Nos braços da solidão
Sobressalto rotineiro
Acordou sobressaltado
E viu que estava atrasado
E viu que estava atrasado
Para a reunião do dia
Saltou p’ra fora da cama
Libertou-se do pijama
Saltou p’ra fora da cama
Libertou-se do pijama
E banhou-se em água fria
Boa camisa, gravata
Os botões de punho em prata
Boa camisa, gravata
Os botões de punho em prata
E anel da mesma matéria
Fato de seda mui fina
Sapatos de pele genuina
Fato de seda mui fina
Sapatos de pele genuina
No rosto uma cara séria
Sem tempo para café
Desceu à rua e até
Sem tempo para café
Desceu à rua e até
Nem se reviu ao espelho
Pôs o carro a trabalhar
E na pressa de arrancar
Pôs o carro a trabalhar
E na pressa de arrancar
Passou o sinal vermelho
Porém, o mais mais caricato
E porque não, o mais chato
Porém, o mais mais caricato
E porque não, o mais chato
Deste episódio narrado
É que o no dia anterior
Este senhor diretor
É que o no dia anterior
Este senhor diretor
Também chegou atrasado
Conclusão:
Diretores e diretoras
Nem sempre chegam a horas!
Conclusão:
Diretores e diretoras
Nem sempre chegam a horas!
A ternura da saudade
Música do fado *Segue o teu rumo* de Francisco Carvalhinho
Somei as noites todas que vivi
Aos fados que guardei só para mim
A conta bateu certa, pois no fim
A vida deu-me a soma que pedi
Os fados que guardei são os pecados
Que que nunca cometi, infelizmente
Talvez seja melhor e mais prudente
Embalar a saudade nesses fados
Fado memória…
Fado meu, fado glória
Fado que não conta a história
Da viagem que escolhi
Fado que canto…
Feito riso, feito pranto
Fado meu que eu amo tanto
Vivo por ti... e pra ti
Somei todos os versos que cantei
Aos versos a que nunca dei a voz
Somei também as rimas que por nós
Bailaram ao compasso que lhes dei
Só não somei a dor que me apoquenta
Por saber o que fiz e o que não fiz
Mas mesmo assim afirmo, sou feliz
Vivendo esta saudade ternurenta
Somei as noites todas que vivi
Aos fados que guardei só para mim
A conta bateu certa, pois no fim
A vida deu-me a soma que pedi
Os fados que guardei são os pecados
Que que nunca cometi, infelizmente
Talvez seja melhor e mais prudente
Embalar a saudade nesses fados
Fado memória…
Fado meu, fado glória
Fado que não conta a história
Da viagem que escolhi
Fado que canto…
Feito riso, feito pranto
Fado meu que eu amo tanto
Vivo por ti... e pra ti
Somei todos os versos que cantei
Aos versos a que nunca dei a voz
Somei também as rimas que por nós
Bailaram ao compasso que lhes dei
Só não somei a dor que me apoquenta
Por saber o que fiz e o que não fiz
Mas mesmo assim afirmo, sou feliz
Vivendo esta saudade ternurenta
Poesia de bandeja
Um verso, simples que seja
É sempre uma porta aberta
Na casa do coração
Servindo numa bandeja
Suspiros de rima certa
Com laivos de tradição
Por natural ou vulgar
Que assim à primeira vista
Um verso possa parecer
A alma que o vai cantar
Se for alma de fadista
Vai dar-lhe aquilo que quer
Um verso quando rimado
Sempre tem uma janela
Aberta ao brilho do amor
O fado é sempre mais fado
Quando o poeta é a estrela
Que o faz brilhar melhor
É sempre uma porta aberta
Na casa do coração
Servindo numa bandeja
Suspiros de rima certa
Com laivos de tradição
Por natural ou vulgar
Que assim à primeira vista
Um verso possa parecer
A alma que o vai cantar
Se for alma de fadista
Vai dar-lhe aquilo que quer
Um verso quando rimado
Sempre tem uma janela
Aberta ao brilho do amor
O fado é sempre mais fado
Quando o poeta é a estrela
Que o faz brilhar melhor
Despertar citadino
Quando a cidade dorme e a noite faz presença
Todos as emoções abraçam a saudade
Mesmo que seja enorme a escuridão imensa
A luz dos corações tem mais claridade
Quando a cidade acorda antes do reboliço
Já meio mundo vive em grande agitação
E assim à força toda em jeito de feitiço
O sonho é quem comanda a lei do coração
O dia avança triste em direção incerta
Recebendo atropelos e outras coisas tais
O medo não resiste à vontade concreta
De quem vive desvelos e outras coisas mais
E quando a noite vem à hora do costume
Já tudo nos parece um conto do passado
No regaço de alguém em permanente lume
Rezamos uma prece ao som dum lindo fado
Todos as emoções abraçam a saudade
Mesmo que seja enorme a escuridão imensa
A luz dos corações tem mais claridade
Quando a cidade acorda antes do reboliço
Já meio mundo vive em grande agitação
E assim à força toda em jeito de feitiço
O sonho é quem comanda a lei do coração
O dia avança triste em direção incerta
Recebendo atropelos e outras coisas tais
O medo não resiste à vontade concreta
De quem vive desvelos e outras coisas mais
E quando a noite vem à hora do costume
Já tudo nos parece um conto do passado
No regaço de alguém em permanente lume
Rezamos uma prece ao som dum lindo fado
Os braços da vida
Nos braços da boa sorte
Tudo tem outro sabor;
O rumo é o vento norte
E as nuvens ganham calor
Nos braços da boa sorte
Nos braços da esperança
A vida custa a passar
Sem tempo nada se alcança
E vale a pena esperar
Nos braços da esperança
Nos braços da tempestade
Sentimos a voz do vento
Para sonhar, nunca é tarde
E o sonho tem mais alento
Nos braços da tempestade
Nos braços deste poema
Ponho as algemas do amor
Viver por ti, vale a pena
Sonhar contigo é melhor
Nos braços deste poema
Tudo tem outro sabor;
O rumo é o vento norte
E as nuvens ganham calor
Nos braços da boa sorte
Nos braços da esperança
A vida custa a passar
Sem tempo nada se alcança
E vale a pena esperar
Nos braços da esperança
Nos braços da tempestade
Sentimos a voz do vento
Para sonhar, nunca é tarde
E o sonho tem mais alento
Nos braços da tempestade
Nos braços deste poema
Ponho as algemas do amor
Viver por ti, vale a pena
Sonhar contigo é melhor
Nos braços deste poema
Sempre a tempo
Vens sempre tarde
E mesmo assim, cá estou eu
P’ra te dar um beijo meu
Embrulhado em amor puro
Mas mesmo tarde
Podes crer, fico contente
Contigo no meu presente
Brilha melhor o futuro
Vens sempre tarde
Porém já me habituei
Confesso até que já sei
O teu jeito de chegar
Vens sempre tarde
Minha saborosa esp’rança
E eu pareço uma criança
Correndo p’ra te abraçar
Vens sempre tarde
E chegas sem avisar
Presumindo, se calhar
Que não me encontras aqui
Podes vir tarde
Podes vir a qualquer hora
Eu sem ti não vou embora
Pois não sei viver sem ti
E mesmo assim, cá estou eu
P’ra te dar um beijo meu
Embrulhado em amor puro
Mas mesmo tarde
Podes crer, fico contente
Contigo no meu presente
Brilha melhor o futuro
Vens sempre tarde
Porém já me habituei
Confesso até que já sei
O teu jeito de chegar
Vens sempre tarde
Minha saborosa esp’rança
E eu pareço uma criança
Correndo p’ra te abraçar
Vens sempre tarde
E chegas sem avisar
Presumindo, se calhar
Que não me encontras aqui
Podes vir tarde
Podes vir a qualquer hora
Eu sem ti não vou embora
Pois não sei viver sem ti
Rotinas do povo
Manhã cedo, vida fora
Vai o povo a que pertenço
Lutar, como sempre fez
Tendo a fé por protetora
Transporta esse dom imenso
O dom de ser português
No olhar, vão mil cuidados
Evitando os tropeções
Que trazem fatalidade
Na alma, vão muitos fados
Que são mais de mil razões
Para chorar de saudade
Nesta rotina normal
A que foi habituado
Sem ter por onde escolher
O povo de Portugal
É o espelho do fado
Que lhe deram p’ra viver
Vai o povo a que pertenço
Lutar, como sempre fez
Tendo a fé por protetora
Transporta esse dom imenso
O dom de ser português
No olhar, vão mil cuidados
Evitando os tropeções
Que trazem fatalidade
Na alma, vão muitos fados
Que são mais de mil razões
Para chorar de saudade
Nesta rotina normal
A que foi habituado
Sem ter por onde escolher
O povo de Portugal
É o espelho do fado
Que lhe deram p’ra viver
O regresso da noite
Quando a noite regressa à hora habitual
Traz sempre para mim a luz da nostalgia
E assim recomeça este meu vendaval
Que apenas tem seu fim quando começa o dia
Quando a noite aparece, aparecem também
Recordações que são rimas da voz que sou
A minh'alma amanhece e nada nem ninguém
Presta alguma atenção ao sonho a que me dou
Quando a noite se cansa e abala em secretismo
Deixando para trás os sonhos que me deu
Pareço uma criança à beira do abismo
Tentado ser capaz de rebuscar o céu
Traz sempre para mim a luz da nostalgia
E assim recomeça este meu vendaval
Que apenas tem seu fim quando começa o dia
Quando a noite aparece, aparecem também
Recordações que são rimas da voz que sou
A minh'alma amanhece e nada nem ninguém
Presta alguma atenção ao sonho a que me dou
Quando a noite se cansa e abala em secretismo
Deixando para trás os sonhos que me deu
Pareço uma criança à beira do abismo
Tentado ser capaz de rebuscar o céu
Faz-me tudo muita falta
A saudade que me assalta
Faz-me falta o teu olhar / Cheio de brilho feliz
Olhar que sabe falar / Quando a boca nada diz
Faz-me falta o teu silêncio / Na hora da perdição
Tornado bem mais intenso / O sufoco da paixão
Faz-me falta a tua voz / Gritando versos d’alguém
Como que a pedir por nós / Aos dias que a vida tem
Fazem-me falta teus passos / Caminhando em minha casa
Fazem-me falta os abraços / Que me dás co’a alma em brasa
Faz-me falta estar contigo / Sem que ninguém dê por nós
No porto do nosso abrigo / Onde nunca estamos sós
Faz-me falta ouvir um fado / Sem a marca da saudade
Um fado onde a felicidade / Tenha destino marcado
Nada tem que seja estranho
Pois é do mesmo tamanho
Pois é do mesmo tamanho
De tudo o que me faz falta
Faz-me falta o teu olhar / Cheio de brilho feliz
Olhar que sabe falar / Quando a boca nada diz
Faz-me falta o teu silêncio / Na hora da perdição
Tornado bem mais intenso / O sufoco da paixão
Faz-me falta a tua voz / Gritando versos d’alguém
Como que a pedir por nós / Aos dias que a vida tem
Fazem-me falta teus passos / Caminhando em minha casa
Fazem-me falta os abraços / Que me dás co’a alma em brasa
Faz-me falta estar contigo / Sem que ninguém dê por nós
No porto do nosso abrigo / Onde nunca estamos sós
Faz-me falta ouvir um fado / Sem a marca da saudade
Um fado onde a felicidade / Tenha destino marcado
Convite
A noite convidou-me a sonhar acordado
Enquanto a luz da lua ardia em nossa cama
O amor aconselhou-me a cantar-te num fado
Co'a alma semi-nua e o coração em chama
Mais tarde, a luz do dia invadiu nosso leito
Um leito que foi feito a pensar no futuro
Um futuro que abria as ruas do meu peito
Assim daquele jeito, imensamente puro
E quando parecia fechar-se para nós
A alma dum poema intensamente teu
Um sopro de magia invadiu-nos a voz
E a paixão foi o tema a levar-nos ao céu
Enquanto a luz da lua ardia em nossa cama
O amor aconselhou-me a cantar-te num fado
Co'a alma semi-nua e o coração em chama
Mais tarde, a luz do dia invadiu nosso leito
Um leito que foi feito a pensar no futuro
Um futuro que abria as ruas do meu peito
Assim daquele jeito, imensamente puro
E quando parecia fechar-se para nós
A alma dum poema intensamente teu
Um sopro de magia invadiu-nos a voz
E a paixão foi o tema a levar-nos ao céu
Insuficiente
Sou um homem de paixões / sou defensor
De afetos e muito fado / à flor da vida
Queria dois corações / ao meu dispor
P'ra te amar em duplicado / minha querida
É bem pouco um coração / tão pequenino
P'ra tanto que tenho em mim / e quero dar
No entanto, mesmo assim / bem genuíno
Vou amando em devoção / só por amar
Amo a vida pela sorte / e pla magia
De ser dono deste fado / que vos canto
Amo a estrela do norte / estrela guia
Que me tem orientado / tanto, tanto
Amo tudo em meu redor / é mais além
Menos a dor e a maldade / natural
Amo o teu imenso amor / que me faz bem
Amo a nossa felicidade / intemporal
De afetos e muito fado / à flor da vida
Queria dois corações / ao meu dispor
P'ra te amar em duplicado / minha querida
É bem pouco um coração / tão pequenino
P'ra tanto que tenho em mim / e quero dar
No entanto, mesmo assim / bem genuíno
Vou amando em devoção / só por amar
Amo a vida pela sorte / e pla magia
De ser dono deste fado / que vos canto
Amo a estrela do norte / estrela guia
Que me tem orientado / tanto, tanto
Amo tudo em meu redor / é mais além
Menos a dor e a maldade / natural
Amo o teu imenso amor / que me faz bem
Amo a nossa felicidade / intemporal
Fado X3 = a fado
Fado, fado e muito fado
Três géneros musicais
Que fazem o meu agrado
Muito embora existam mais
Nem todos concordarão
Com a minha preferência
Mas esta minha opção
Tem enorme consistência
Sempre que sou confrontado
Com gritos e com ruídos
Rogo aos deuses do meu fado
Que me tapem os ouvidos
De ouvidos bloqueados
Vou à procura de Fados
Pra dar o melhor sustento
Ao coração que alimento
Três géneros musicais
Que fazem o meu agrado
Muito embora existam mais
Nem todos concordarão
Com a minha preferência
Mas esta minha opção
Tem enorme consistência
Sempre que sou confrontado
Com gritos e com ruídos
Rogo aos deuses do meu fado
Que me tapem os ouvidos
De ouvidos bloqueados
Vou à procura de Fados
Pra dar o melhor sustento
Ao coração que alimento
A força que tem o tempo
O tempo não se perde em coisas fúteis
Nem se perde nas ruas da maldade
Momentos sem valor são sempre inúteis
Apenas tiram tempo à liberdade
O tempo é sempre o bem mais precioso
Dos bens que a natureza concedeu
O tempo pra viver... é mais custoso
Na hora em que não há luar no céu
Um dia tive tempo e não vivi
Da forma mais perfeita, mais real
Só mais tarde dei conta que perdi
O tempo da verdade especial
Depois corri atrás do tempo ido
Corri, corri... mas não o alcancei
Agora dou o tempo por perdido
E faço deste tempo a minha lei
Nem se perde nas ruas da maldade
Momentos sem valor são sempre inúteis
Apenas tiram tempo à liberdade
O tempo é sempre o bem mais precioso
Dos bens que a natureza concedeu
O tempo pra viver... é mais custoso
Na hora em que não há luar no céu
Um dia tive tempo e não vivi
Da forma mais perfeita, mais real
Só mais tarde dei conta que perdi
O tempo da verdade especial
Depois corri atrás do tempo ido
Corri, corri... mas não o alcancei
Agora dou o tempo por perdido
E faço deste tempo a minha lei
Minha alma meu fado
Dei a alma toda ao fado
Fui fadista a vida inteira
Neste jeito dedicado
De honrar a minha Madeira
Nasci fadista por sina
Sou fadista por condão
Mulher que já foi menina
Outono que foi Verão
Ainda tenho vontade
De mostrar, com grande empenho
Esta alma que mantenho
Que a alma não tem idade
Vivo feliz na certeza
De ter dado por inteiro
Este jeito verdadeiro
De ser mulher portuguesa
Fui fadista a vida inteira
Neste jeito dedicado
De honrar a minha Madeira
Nasci fadista por sina
Sou fadista por condão
Mulher que já foi menina
Outono que foi Verão
Ainda tenho vontade
De mostrar, com grande empenho
Esta alma que mantenho
Que a alma não tem idade
Vivo feliz na certeza
De ter dado por inteiro
Este jeito verdadeiro
De ser mulher portuguesa
Saudade cantadeira
A saudade foi ao fado
Mais uma vez com vontade
De pôr a alma à janela
Por lá ficou, lado a lado
Com a dona felicidade
Que também lá foi com ela
Ficaram juntas ao canto
Da sala, aonde os cantores
Punham nostalgia em nós
E foi com algum espanto
Que ao ouvir falar d'amores
A saudade ganhou voz
Cheia de brio e de garra
Movida pela poesia
A saudade motivou-se
Depois, ao som da guitarra
Cantou com rara mestria
E o fado emocionou-se
Com o olhar marejado
Com a alma bem acesa
E de peito a bater forte
A saudade e o senhor fado
Deram alma portuguesa
Ao fado da nossa sorte
Mais uma vez com vontade
De pôr a alma à janela
Por lá ficou, lado a lado
Com a dona felicidade
Que também lá foi com ela
Ficaram juntas ao canto
Da sala, aonde os cantores
Punham nostalgia em nós
E foi com algum espanto
Que ao ouvir falar d'amores
A saudade ganhou voz
Cheia de brio e de garra
Movida pela poesia
A saudade motivou-se
Depois, ao som da guitarra
Cantou com rara mestria
E o fado emocionou-se
Com o olhar marejado
Com a alma bem acesa
E de peito a bater forte
A saudade e o senhor fado
Deram alma portuguesa
Ao fado da nossa sorte
Sopro madeirense
O sopro do meu fado é um poema
Que canto à minha Ilha da Madeira
Poema que só tem força suprema
Por ser cantado assim desta maneira
Cantando com prazer e com rigor
Sentida pela alma que hoje sou
A força deste fado tem a cor
Da fé que o céu da ilha me ensinou
A minha condição de ser fadista
É culpa desta raça portuguesa
Que não se compra, apenas se conquista
Com brio e com muito mais nobreza
O sopro do meu canto é este amor
Que faz de mim um ser abençado
Bendito este jardim encantador
Bendita esta Madeira do meu fado
Que canto à minha Ilha da Madeira
Poema que só tem força suprema
Por ser cantado assim desta maneira
Cantando com prazer e com rigor
Sentida pela alma que hoje sou
A força deste fado tem a cor
Da fé que o céu da ilha me ensinou
A minha condição de ser fadista
É culpa desta raça portuguesa
Que não se compra, apenas se conquista
Com brio e com muito mais nobreza
O sopro do meu canto é este amor
Que faz de mim um ser abençado
Bendito este jardim encantador
Bendita esta Madeira do meu fado
Poetas da minha estrada
Poetas da solidão
Não é em vão que vos canto
Nas rimas do coração
Fui descobrindo a razão
Dum fado que eu amo tanto
Poetas do pensamento
Convosco tudo é melhor
É melhor a voz do vento
É melhor o sentimento
É melhor a minha dor
Poetas da minha estrada
Viajantes do meu fado
Sempre que a noite é cantada
A alma da madrugada
Tem um sabor encantado
E sempre que a liberdade
Põe rimas na nossa voz
Ao compasso da saudade
O fado não tem idade
Os poetas somos nós
Não é em vão que vos canto
Nas rimas do coração
Fui descobrindo a razão
Dum fado que eu amo tanto
Poetas do pensamento
Convosco tudo é melhor
É melhor a voz do vento
É melhor o sentimento
É melhor a minha dor
Poetas da minha estrada
Viajantes do meu fado
Sempre que a noite é cantada
A alma da madrugada
Tem um sabor encantado
E sempre que a liberdade
Põe rimas na nossa voz
Ao compasso da saudade
O fado não tem idade
Os poetas somos nós
O coração dos poetas
O coração dos poetas
Fala mais do que mil bocas
Sempre com palavras certas
Sempre com ideias loucas
Ideias que se misturam
Com sonhos intemporais
Os tais sonhos que perduram
No mais comum dos mortais
Os poetas são a fonte
Onde podemos beber
O elixir do prazer
Da alma que anda a monte
E quando o poeta sente
A divina inspiração
Solta versos, mostra à gente
A cor do seu coração
Fala mais do que mil bocas
Sempre com palavras certas
Sempre com ideias loucas
Ideias que se misturam
Com sonhos intemporais
Os tais sonhos que perduram
No mais comum dos mortais
Os poetas são a fonte
Onde podemos beber
O elixir do prazer
Da alma que anda a monte
E quando o poeta sente
A divina inspiração
Solta versos, mostra à gente
A cor do seu coração
Dentro do meu fado
(A DIMENSÃO)
Dentro da vida que tenho
Por vontade adquirida
Sou apenas do tamanho
Dum vulgar sopro de vida
Que vive com grande empenho
(A REGRA)
Dentro da paz que cultivo
Para que a vida tenha cor
O amor é o motivo
Que me obriga a ser melhor
E mantém o sonho vivo
(A MÃE/O PAI)
Dentro dos versos que faço
Quando a musa me visita
Vou ocultando o fracasso
Desta vontade infinita
De dormir no teu regaço
(O CONCEITO)
É dentro deste conceito
Que vou pelo tempo fora
Tentando encontrar o jeito
De aguardar pla minha hora
Sem que tudo esteja feito
Dentro da vida que tenho
Por vontade adquirida
Sou apenas do tamanho
Dum vulgar sopro de vida
Que vive com grande empenho
(A REGRA)
Dentro da paz que cultivo
Para que a vida tenha cor
O amor é o motivo
Que me obriga a ser melhor
E mantém o sonho vivo
(A MÃE/O PAI)
Dentro dos versos que faço
Quando a musa me visita
Vou ocultando o fracasso
Desta vontade infinita
De dormir no teu regaço
(O CONCEITO)
É dentro deste conceito
Que vou pelo tempo fora
Tentando encontrar o jeito
De aguardar pla minha hora
Sem que tudo esteja feito
Galeria das almas
As almas que fizeram da poesia
O som encantador que vive em nós
Merecem figurar na galeria
Da luz que por amor tem sempre voz
As almas que partiram à procura
Dum sonho angelical e cor de rosa
Merecem que o luar da noite pura
Lhes traga uma manhã esplendorosa
O som encantador que vive em nós
Merecem figurar na galeria
Da luz que por amor tem sempre voz
As almas que partiram à procura
Dum sonho angelical e cor de rosa
Merecem que o luar da noite pura
Lhes traga uma manhã esplendorosa
As almas que em amor abençoado
Nos deram o que tinham para dar
Merecem um lugar bem destacado
Na alma de quem sabe o que é amar
Na alma mora tudo, até o medo
Que faz morrer paixões quase ditosas
A alma é galeria dos segredos
Guardados como jóias preciosas
Nos deram o que tinham para dar
Merecem um lugar bem destacado
Na alma de quem sabe o que é amar
Na alma mora tudo, até o medo
Que faz morrer paixões quase ditosas
A alma é galeria dos segredos
Guardados como jóias preciosas
Secretismo
Guarda contigo o segredo
Do beijo, que quase a medo
Trocamos em boa hora
Só o amor compreende
Que a boca nunca se rende
Ao desejo que a devora
Não contes, nem mesmo ao vento
Que vivemos um momento
De envergonhada ternura
O vento pode soprar
E ao soprar, divulgar
Contornos dessa loucura
Esse beijo envergonhado
Que fez com que o nosso fado
Tivesse novo clarão
Será sempre uma saudade
Cheia da cumplicidade
Que tem de haver na paixão
Guarda na tua memória
O beijo que fez história
Na história que a alma sente
Prometo, meu doce bem
Nunca contar a ninguém
Do beijo, que quase a medo
Trocamos em boa hora
Só o amor compreende
Que a boca nunca se rende
Ao desejo que a devora
Não contes, nem mesmo ao vento
Que vivemos um momento
De envergonhada ternura
O vento pode soprar
E ao soprar, divulgar
Contornos dessa loucura
Esse beijo envergonhado
Que fez com que o nosso fado
Tivesse novo clarão
Será sempre uma saudade
Cheia da cumplicidade
Que tem de haver na paixão
Guarda na tua memória
O beijo que fez história
Na história que a alma sente
Prometo, meu doce bem
Nunca contar a ninguém
Que te beijei…. loucamente
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