Quem a vê, não acredita
No mal que a vida lhe fez
Aquela obra bonita
Marcada pela desdita
Tem um cunho português
No fulgor da mocidade
Tudo lhe corria bem
Mas com naturalidade
Um dia, veio a saudade
E deu-lhe a marca que tem
Foi perdendo lentamente
O fulgor da sua voz
Agora, pausadamente
Já não trina docemente
O fado de todos nós
Quem a vê assim calada
Não lhe confere valor
Ai minha guitarra amada
Tua voz está gravada
No livro dum grande amor