Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.

Natal

Já chegou mais um Natal
Já chegou, e fiquei triste
Porque Natal, afinal
Nem para todos existe

Deixei o amor entrar 
Pela porta principal
Senti o corpo vibrar 
Co’a presença do Natal

Passei a mente p’la vida 
Esse destino real
E lembrei, d’alma ferida 
Que há quem não tenha Natal

Lamentei a dor dos pobres 
Que não têm consoada
Enquanto à mesa dos nobres 
A fartura é desprezada

Lembrei o terceiro mundo 
Holocausto tão fatal
Que de segundo em segundo 
Esquece quando há Natal

Lembrei aqueles que estão 
Na cama dum hospital
Lembrei quantos na prisão 
Não sabem que é Natal

Lembrei-me do emigrante 
Humilde trabalhador
Que da família distante 
Mistura riso com dor

E assim vamos vivendo 
No mundo das fantasias
Se o amor for crescendo 
É Natal todos os dias