Depois que a solidão me descobriu assim
Totalmente algemado ao poema perdido
Eu tive a sensação de ter chegado ao fim
Ao dar por consumado um fado proíbido
Mas percebi porém que a luz da branca noite
Era um clarão imenso e de rara magia
Clarão vindo do além, em busca dum acoite
P'ra tornar mais intenso o brilho da poesia
Ao tentar decifrar o mistério da idade
Dei por mim a viver uma vulgar história
Então, para voltar ao tempo da saudade
Dispuz-me a remexer no livro da memória
Só então percebi que o tempo já passara
Era tarde demais p'ra voltar ao passado
Agora estou aqui porque a vida não pára
Em direcção ao cais há muito anunciado