Roubei ao sentimento das palavras
O sumo das palavras por dizer
E como quem recebe rosas bravas
Reneguei o perfume do prazer
Sorvi a majestosa substância
Que vem, com o chegar das primaveras
E reneguei o tempo da distãncia
No tempo, em que o tempo são quimeras
Depois remediei a minha dôr
Com versos decretados p´lo amor
Duma vulgar mas singular paixão
E como quem planta rosas bravas
Plantei a essência das palavras
No jardim a que chamam coração