Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.
Texto de agradecimento usado por mim na gala de apresentação do meu modesto livro *SETEMBRO, jardim do amor* no Auditório da Junta de Freguesia de Campanhá
- - - 
SONHO OUSADO…! 
Dirão os que, do alto da sua intelectualidade, acham que a poesia popular e do fado é uma poesia menor.

SONHO LEGÍTIMO…! 
Dirão os que, do alto da sua sensibilidade, entendem que me assiste o direito de querer ser um pequenino poeta.

Confesso que não sei avaliar a lógica do raciocínio dos outros, o que sei é que a edição deste modesto livro vem preencher um vazio até agora existente na minha dedicação às coisas da alma.
- Tudo continuará na mesma na história da cultura.
- Nada será como dantes na história da minha vida.

Este “SETEMBRO, JARIM DO AMOR” onde me dispo à luz da poesia, está carregado de Emoções, Verdades e Dedicações.

Emoções que fazem com que os meus poemas tenham a musicalidade dos fados a que me entrego duma forma incondicional e quase doentia.

Verdades que estão bem expressas nas entrelinhas dos poemas em que amor é versejado com as rimas da minha (fraca mas sincera) inspiração.

Dedicações que estão patentes nos tributos a algumas das inúmeras pessoas que pertencem ao mundo em que vivo e fazem desse mesmo mundo, o melhor sítio para ser feliz.

Sou e serei sempre grato à musa que, de cada vez que me visita, me transforma num ser diferente do ser que sou quando ela não aparece bem acompanhada.

Sou e serei sempre grato ao Fado que entrou em mim com a mesma força com que o sol entra na pele de quem se dá inteiramente.

Sou e serei sempre grato a todas as vozes que, à sua maneira, deram e continuarão a dar aos meus poemas a intenção sentimental que só se completa com melodias.

Sou e serei sempre grato à vida que me escolheu para ser vosso amigo e levar a minha modesta arte poética ao vosso conhecimento submetendo-me ao vosso soberano juízo de valor.
- - -
- - 
-
Tudo fiz para agradar // Esses foram meus planos
Ao decidir compilar // Suspiros de tantos anos

Se acaso não consegui // Por ser uma alma pobre
Lamento não ser o Ary // Nem o Antero, nem o Nobre

Nem Bocage, Nem Pessoa // Nem Eugénio e outros mais
Poetas que o povo entoa // Por serem intemporais

Embora seja menor // Esta dimensão que tenho
Foi pela voz do amor // Que dei cor ao meu tamanho

E com a alma na voz // E o fado no coração
Desato convosco os nós // Que dão cor à emoção

Esta saudável memória // Que este livro representa
Não mudará a história // Dum povo que se alimenta;
Na saborosa glória // Desta cultura cinzenta.