Neste esvoaçar constante
Com destino anunciado
Sou um pombo viajante
Que mesmo estando distante
Voa pelo céu do fado
Sou uma nuvem vulgar
Que passa discretamente
E sem me fazer notar
Mesmo em noites sem luar
Sou vista por muita gente
No mais lindo azul do céu
Sou a nuvem rasa d’água
Na cor que a vida me deu
E por nada ter de meu
Sou o cinzento da mágoa
Sou o gesto envergonhado
Dum amor fora da lei
No meu tempo anunciado
Um dia, serei amado
E por amor, morrerei