Poesia metrificada para FADO

Nuvem vulgar

Neste esvoaçar constante
Com destino anunciado
Sou um pombo viajante
Que mesmo estando distante
Voa pelo céu do fado

Sou uma nuvem vulgar
Que passa discretamente
E sem me fazer notar
Mesmo em noites sem luar
Sou vista por muita gente

No mais lindo azul do céu
Sou a nuvem rasa d’água
Na cor que a vida me deu
E por nada ter de meu
Sou o cinzento da mágoa

Sou o gesto envergonhado
Dum amor fora da lei
No meu tempo anunciado
Um dia, serei amado
E por amor, morrerei