Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.

A todos os santos

De tão intensa que é 
Cada hora do meu dia
Nem tempo tenho prá fé 
Desculpa Santa Maria

De tão breve e tão fugaz 
Que é o amor de toda a gente
Nem sequer posso ter paz 
Desculpa lá São Vicente

De tão intensas que são
As tentações do demónio
Nem penso na redenção
Desculpa-me Santo António

De todas as aflições
Pelas quais padeço eu
Não mereço ter perdões
Nem de São Bartolomeu

Na hora da despedida
Bem antes do meu velório
Vou em passo de corrida
Abraçar o São Gregório

Voltarei muito mais leve
Sem marcas no coração
Pra beijar quem nunca teve
Festejos de São João

Nem tudo na vida é triste 
Nem tudo na vida é mau
E se a desgraça persiste 
Valha-nos São Nicolau

De tantos e tão doridos
Que são todos os meus prantos
Eu deixo aqui mil pedidos;
Valham-me todos os santos