P’ra gastar a nosso modo
Agora, a qualquer momento
Agora, a qualquer momento
Esgota-se o tempo todo
Esgota-se a paciência
Esgota-se a paciência
Do homem mais paciente
Sem que haja consistência
Sem que haja consistência
Naquilo que é consistente
Esgota-se a solidez
Esgota-se a solidez
Do mais sólido castelo
Seja ele azul maltês
Seja ele azul maltês
Seja branco ou amarelo
Esgota-se a presunção
Esgota-se a presunção
Da vaidade presunçosa
Que tendo a cor do carvão
Que tendo a cor do carvão
Mantém-se altiva e vaidosa
Esgota-se a esperança
Esgota-se a esperança
Que de verde pouco tem
Porque falta a confiança
Porque falta a confiança
Que diz que vem, mas não vem
Esgota-se a persistência
Esgota-se a persistência
Dos que querem persistir
Na terrível imprudência
Na terrível imprudência
Que fará tudo ruir
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Esgota-se a fé de quem
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Esgota-se a fé de quem
Quer salvar-se pela fé
Mas que não salva ninguém
Mas que não salva ninguém
Quando é feroz a maré
Esgota-se o pé-de-meia
Esgota-se o pé-de-meia
Amealhado por bem
E não há sequer ideia
E não há sequer ideia
Do pé que a meia lá tem
Esgota-se aquela base
Esgota-se aquela base
Que nos garante o sustento
Confesso amigos, ‘stou quase
Confesso amigos, ‘stou quase
A ter um esgotamento