Agora, a qualquer momento / Esgota-se o tempo todo
Esgota-se a paciência / Do homem mais paciente
Sem que haja consistência / Naquilo que é consistente
Esgota-se a solidez / Do mais sólido castelo
Seja ele azul maltês / Seja branco ou amarelo
Esgota-se a presunção / Da vaidade presunçosa
Que tendo a cor do carvão / Mantém-se altiva e vaidosa
Esgota-se a esperança / Que de verde pouco tem
Porque falta a confiança / Que diz que vem, mas não vem
Esgota-se a persistência / Dos que querem persistir
Na terrível imprudência / Que fará tudo ruír
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Esgota-se a fé de quem / Quer salvar-se pela fé
Mas que não salva ninguém / Quando é feroz a maré
Esgota-se o pé-de-meia / Amealhado por bem
E não há sequer ideia / Do pé que a meia lá tem
Esgota-se aquela base / Que nos garante o sustento
Confesso amigos, ‘stou quase / A ter um esgotamento