Nas manhãs dum dia novo
Sentem-se passos dum povo
Que faz da força, razão
E que vai de rua em rua
Com a grandeza que é sua
Ganhar o sabor do pão
Nas manhãs que a vida tem
Há uma brisa que vem
Agitar a existência
E há nuvens de labor
Que adivinham o suor
Da nobre sobrevivência
Nas manhãs dum dia triste
Já quase ninguém desiste
De sonhar, mesmo acordado
No entanto, a luz do dia
Encobre a melancolia
Dum rosto que vai cansado