P’ra que a tarde não saiba aonde estou
Apaguem por favor, a luz do dia
Quero que a noite tenha a poesia
Dum fado que gerei e que vos dou
Apaguem a luz que veio p’la manhã
Iluminar o amor já tão aceso
Para que a noite seja o talismã
Do sonho que me traz assim tão preso
Apaguem a luz do amor que me faz falta
Apaguem todos os sóis do meu castigo
Apaguem a clarão do meu pecado
Deixem ficar o amor em maré alta
Deixem ficar o fado a sós comigo
Deixem que a minha vida seja fado