No berço onde meu corpo se alimenta
De forças p’ra vencer no dia a dia...
Repousa uma saudade ternurenta
Que tenho, quando chega a nostalgia
Saudade que de mim nunca se afasta
E que me faz sonhar, mesmo acordado
Saudade embaladora que me arrasta
P’ra versos onde o mote é sempre fado
Saudade que penetra quando quer
Na alma que se dá inteiramente
No ritual do meu entardecer
Eu sou o que a saudade me consente
Rendido totalmente à madrugada
Dum tempo em que a dor é menos dor
Procuro ser o porto de chegada
Dum fado onde a minh'alma bebe amor