Tenho saudades do tempo
Em que o tempo me sobrava
Mesmo quando o sol brilhava
Ou a lua se mostrava
Por um escasso momento
Mesmo quando a voz do vento
Bramindo me sussurrava
Que tudo o que em mim pulsava
E tristonho me tornava
Era fruto do tormento
Mesmo quando o encantamento
Por vergonha se calava
Fingindo até que mudava
Pintava e emoldurava
Os vitrais do pensamento
Tenho saudades, confesso
E as saudades atormentam
Só os fados me contentam
E com amor alimentam
As saudades que mereço