Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.

Zeca Afonso *sempre*

Venham mais cinco e tragam vampiros
De boca fechada e trela ao pescoço
Venham mais cinco e abafem os tiros
Da morte rimada do tal canto moço

Venham mais cinco lá do bairro negro
Onde cada um é voz de revolta
Venham mais cinco em desassossego
Celebrar o jejum da voz que se solta
                                                                                             
Venham mais cinco, mas venham depressa
Porque a dona morte já saiu à rua
Venham mais cinco cumprir a promessa
Duma liberdade tão minha, tão tua

Venham mais cinco, todos mão na mão
Para segurar a luz que faz falta
Tragam a Senhora do Almortão
Para que ela possa avisar a malta

Venham mais cinco, ou mais cinquenta
Venham cinquenta ou cinquenta mil
Venham dez milhões que a rua aguenta
Venham todos juntos festejar Abril