Passava vezes sem fim
Por mim / naquele jardim
Onde tudo era tão belo
Olhava, mas não sorria
Parecia / ser mais fria
Do que uma pedra de gelo
O rosto sempre fechado
Emoldurado / e pintado
Tinha mil traços de dor
Lembrava-me uma princesa
Presa / numa fortaleza
Sem janelas pro amor
No seu olhar descontente
Diferente / mas ausente
Com segredos escondidos
Podia ler-se um poema
Tema / de canção suprema
Bailando em nossos ouvidos
Tentei conhecer-lhe o pranto
No entanto / p’ra meu espanto
Deixou de vir ao jardim
Fiquei então sem saber
Que fazer / para rever
Essa flor que vive em mim