Um pombo que seja livre... resistente
Esvoaça em qualquer terra... com firmeza
Não há bala que se crive... fácilmente
Num peito fechado à guerra... e à tristeza
Um pombo de tenra idade... qual menino
Dorme nos beirais do tempo... que não quer
Suportando o sofrimento ... do destino
Que lhe provoca ansiedade... e o faz sofrer
Um pombo triste e cansado... pela dor
Longe da mão protetora... que se sente
É um pobre condenado... injustamente
A sofrer p’la vida fora... sem amor
Sempre que o povo diz não... com voz erguida
Ao vento da pouca sorte... que lhe dão
Assina sem remissão... p’ra toda a vida
A sua pena de morte... sem perdão