Poemas metrificados ( na sua maioria ) para Fado.

O dia da minha sorte

O dia da minha sorte
Virá, eu tenho a certeza
Quando a dureza da morte

Me trouxer outra nobreza

Quando a rima tiver par 
Quando o fumo tiver lume
Quando o rio fôr ao mar
Talvez eu tenha ciúme

Quando a chuva fôr violenta 
Quando o vento fôr mais forte
Quando a noite fôr cinzenta 
Talvez eu tenha mais sorte

Quando o sorriso nascer 
Quando o pranto se acabar
Quando a saudade vier 
Talvez eu te vá lembrar

Quando a lua fôr vermelha 
Quando o sol perder calor
Quando a vida fôr mais velha 
Talvez eu seja melhor

Quando a roda girar mais 
Quando o balão não subir
Quando o barco tiver cais 
Talvez eu saiba sorrir

Quando o cravo tiver cheiro 
Quando a rosa tiver côr
Quando a luz vier primeiro 
Talvez eu tenha um amor

Só não quero, nem tolero 
Por mau que seja meu porte
Que o vento do desespero 
Desfolhe o trevo da sorte