Sabendo a dimensão do amor que tenho
Aceito a dimensão do meu fracasso
Rejeito tempestades que desdenho
Levando a minha voz ao meu espaço
De quando em vez, perdido na cidade
O palco onde o poeta é mais vulgar
Liberto a minha sã leviandade
E vou de peito aberto, então, pecar
Eu peco quando olho sem limite
O corpo da mulher que por mim passa
E peco quando em vez duma chalaça
Exibo o atrevimento dum convite
Eu peco quando tenho a pretensão
De ter uma só rua para mim
Eu sou o contraponto do verão
Que ao beijar uma flor, queima o jardim