Bendita seja a luz desta cegueira
Que não me deixa ver-te tão distante
Bendito seja o sol desta canseira
Que faz desta saudade uma constante
Bendita seja a dôr que me consome
E dá voz ao meu verso magoado
Bendita seja a graça do teu nome
Que dá novos motivos ao meu fado
Bendita seja a cor da solidão
Que tenho, muito embora não a queira
Bendito seja o fogo da paixão
Que arde, até á chama derradeira
Bendita sejas tu... porque te quero
Bendito seja eu... porque me dou
Meu fado, é um poema que venero
Teu fado, é uma luz que me cegou